domingo, 8 de março de 2009

Hussein Chalayan quer sexo para o próximo inverno europeu


Reportagem de CAROLINA VASONE - Enviada especial a Paris
http://estilo.uol.com.br/moda/paris/ultnot/2009/03/08/ult5743u113.jhtm

Um dos estilistas mais respeitados por sua moda conceitual, que com vestidos que se movimentam sozinhos, tecidos tecnológicos e formas novas tem discutido o futuro das roupas, Hussein Chalayan trocou o foco no conceito pelo sexo para o próximo inverno europeu. Não espere, porém, por um vestido de Roberto Cavalli. Chalayan usa humor, tecnologia e sua essência conceitual para criar o sexy, quase o indecente se não fosse o balanço de todas as suas outras características.
Dentro do Convento dos Cordeliers, num salão com pé-direito altíssimo e paredes descascando decadentemente, o estilista começou geometricamente sua apresentação, inserindo a alfaiataria, outra constante em seu inverno, num vestido cinza estilo paletó. A modelagem revelava a geometria, mais do que lateralmente, mas tridimensionalmente, graças a um tecido que tinha um efeito entre empapelado e matelassado.

Tons variados de cinza que foram ficando cada vez marrons (até que a cor em si entrou em cena), além da série de estampados que ora ganhavam predominância do azul com gelo, ora do rosa também com o gelo, compuseram a cartela de cores que contou também com o preto. Neste momento em negro, o cerne da modelagem está na desconstrução do paletó que vira vestido longo ou curtíssimo, com decote vertiginoso na frente. As fendas nos poucos modelos longos também eram de tirar o fôlego, assim como o comprimento dos vestidos, todos mais próximos do corpo, alguns usados com botas até as coxas. Fetiche na veia.

Para encerrar o desfile, vestidos curtos justíssimos em cinza levemente estampados ganhavam recortes de um material que lembrava vagamente um látex e contornavam seios e bundas despudoradamente. Uma bela (quase) pornografia conceitual.



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